Educação escolar indígena no contexto das aulas remotas
O caso da Escola Municipal Indígena Francisca Helena de Moura, Alto Alegre/RR
DOI:
https://doi.org/10.24979/yaxx3461Palavras-chave:
Educação do Campo, Educação escolar indígena, Tecnologias digitais, Aulas remotasResumo
Os marcos cronológicos da luta dos povos indígenas dão evidências sobre a legalidade histórica cultural da escola indígena, marcados pelas formas de encarar e superar as dificuldades educacionais impostas ao seu tempo, tendo que adaptar-se aos novos modos de funcionamento e novas exigências. Frente à crise da pandemia mundial, a introdução das tecnologias digitais trouxe muitos problemas, sobretudo na educação escolar indígena. Diante de um cenário onde a pandemia modificou os protocolos educacionais, o presente artigo teve o objetivo de verificar como foi executado o ensino remoto e o uso das tecnologias digitais na Escola Municipal Indígena Francisca Helena de Moura, Alto Alegre - RR. Sendo assim, a problemática que norteou o artigo partiu da seguinte indagação: Como a Escola Municipal Indígena Francisca Helena de Moura fez uso das tecnologias digitais para atender o processo de ensino aprendizagem durante o ensino remoto? Para a realização do trabalho usou-se a metodologia de levantamento bibliográfico feito com o aprofundamento teórico da educação escolar indígena e um estudo de campo na Escola Municipal Indígena Francisca Helena de Moura da comunidade Raimundão I por meio da aplicação de questionário e entrevista para captar explicações e interpretações acerca do problema levantado. Os resultados encontrados mostram que a questão da estrutura escolar, falta de livros especializados e outros aspectos levantados no trabalho reforçam o descaso com a educação e com os povos indígenas. E por conta da pandemia, a gestão escolar construiu coletivamente alternativas dentro da realidade da comunidade para implantar um ensino remoto adaptado. Conclui-se que é necessário que a educação escolar indígena faça a inclusão das tecnologias digitais a esses povos, valorize uma educação bilíngue, discuta sobre os problemas sociais do grupo e esteja pautada numa educação específica e especializa para contribuir na autonomia desses povos, formar cidadãos críticos e atuantes, capazes de interagir entre os membros de sua comunidade e na sociedade.
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