A vida é minha, a história não somente minha
DOI:
https://doi.org/10.24979/1zeyqw37Palavras-chave:
Lembranças, Sonhos, Foco, Persistência, MemóriasResumo
Este ensaio se constitui de um recorte autobiográfico, que reflete como meus sonhos de criança ribeirinha foram além das expectativas familiares e sociais, ultrapassando opiniões e experiências de vida de muitos ao meu redor, se transformando em um sonho profissional. Ao pensar sobre minha própria vida, observo que a história pessoal não possui um limite individual e pessoal de pertencimento, ela abarca um desvelar de um mundo social, com os princípios e crenças – ou poderia dizer descrenças – de toda uma coletividade. Partindo desta percepção surgiu o título deste trabalho. É interessante enxergar que o gerar de um sonho não precisa necessariamente de técnicas intencionais para despertar ou cativar os desejos de uma criança, pois, na contação oral de histórias narradas por meio de entrevistas em um programa de rádio, surgiram os sonhos que são apresentados neste texto, como relato de vivências de uma menina que ousou sonhar e contar seus sonhos em uma comum roda de conversa de jantar com adultos, adolescentes e outras crianças. Esta produção se baseia em uma pesquisa qualitativa, utiliza-se da narrativa autobiográfica, com o método da oralidade, procedimentos da introspecção e da escuta qualitativa a familiares que conviveram comigo na infância; o tratamento de dados está estruturado na Análise de Discurso sob o olhar de Orlandi (2010), que destaca três etapas, a saber: a passagem do texto para Objeto Discursivo, voltado à Formação Discursiva; a passagem do Objeto Discursivo para o Processo Discursivo e, por fim, do Processo Discursivo para a Formação Ideológica.
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