Estudo epidemiológico dos óbitos humanos por toxoplasmose no Brasil entre 2010 a 2020
DOI:
https://doi.org/10.24979/makunaima.v6i1.1257Palavras-chave:
Saúde Pública, Toxoplasma gondii, ZoonosesResumo
A toxoplasmose é uma zoonose com grande dispersão mundial, porém, negligenciada pela saúde pública. Essa doença está relacionada ao parasitismo pelo protozoário Toxoplasma gondii, que possui como hospedeiros animais endotérmicos. A gravidade da infecção está atrelada a ocorrência de abortos, malformações fetais e intercorrência oculares. No Brasil, indícios apontam a alta incidência. Diante disto, objetivou-se analisar o perfil epidemiológico (sexo, faixa etária, regiões brasileiras) dos óbitos relacionados a toxoplasmose em humanos registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) no período de 2010 a 2020. Os óbitos foram predominantes em indivíduos do sexo masculino, na faixa etária de 40-49 anos e residentes na região sudeste. Há indícios que apontam a correlação entre os óbitos pela Síndrome da Imunodeficiência Humana/Vírus da Imunodeficiência Humana AIDS/HIV a toxoplasmose, que podem estar relacionados a gravidade dessa coinfecção, e com perfis epidemiológicos de óbitos semelhantes. A região sudeste difere da literatura ao apresentar o maior número de óbitos por toxoplasmose e possuir bons índices de desenvolvimento humano e saneamento básico. Tal fato pode estar relacionado ao maior acesso aos serviços de saúde e a alta densidade demográfica da região. A ausência de informação sobre a prevalência e incidência da toxoplasmose, com a inexistência de políticas públicas de educação em saúde, principalmente em se tratando da população masculina, dificultam a prevenção e controle desta enfermidade no país.
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