Etnomatemática e Etnociência no Kokue
A roça Kaiowá como espaço de fortalecimento do Teko Joja
DOI:
https://doi.org/10.24979/ambiente.vi.1657Palavras-chave:
Comunidade Kaiowá, Agricultura indígena, Ensino de Ciências, Saberes e fazeresResumo
Este artigo apresenta parte do trabalho de conclusão de uma estudante indígena do povo Kaiowá, do curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, da Faculdade Intercultural Indígena, da Universidade Federal da Grande Dourados. A pesquisa investiga a importância do kokue Kaiowá na retomada da comunidade Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante, com o objetivo de analisar a articulação entre Etnomatemática e Etnociências no kokue como símbolo de resistência cultural e econômica. O cultivo tradicional é uma prática essencial para a preservação da identidade e para a sustentabilidade das famílias da comunidade Kaiowá. Com o passar do tempo, muitas comunidades silenciaram seus conhecimentos sobre plantio e colheita devido à invasão de seus territórios, contudo, em 2018, o cultivo foi restabelecido em uma área de 420 hectares, dividida entre 30 famílias. Apesar das dificuldades no processo de recuperação territorial, o trabalho coletivo foi fundamental para iniciar o plantio, promovendo uma ação cooperativa na qual as crianças aprenderam técnicas agrícolas e conceitos matemáticos aplicados ao cultivo. Nesse contexto, a Etnomatemática e a Etnociência desempenham um papel importante, estabelecendo regras de espaçamento e profundidade para as sementes. Este estudo, portanto, destaca a resiliência e a capacidade de adaptação da comunidade Kaiowá na revitalização de suas práticas agrícolas, reforçando o papel cultural e social do kokue para a identidade do povo.
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