Mudando para permanecer igual
Uma análise crítica sobre o ensino de ciências no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.24979/ambiente.vi.1647Palavras-chave:
Formação Docente, Capitalismo, Ensino de Ciências, Esvaziamento de ConteúdoResumo
No presente ensaio discorremos uma análise crítica sobre o Ensino de Ciências no Brasil ao longo de sua história. Para tal, discutimos as influências internas e externas que interferiam e ainda interferem no processo ensino e aprendizagem desta área do conhecimento. E, por se tratar de uma área com dimensões econômicas, sociais, políticas e filosóficas, além das pedagógicas, as análises se tornam mais complexas e controversas. Porém, podemos apontar que o movimento recente, como a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a plataformização da educação estão em consonância com a expropriação do professor e do conteúdo, pautados num ensino tecnicista de cunho comportamentalista. Isto explicita as influências neoliberais para manter o status quo das classes sociais. Como consequência disto, continuamos com as mesmas características e desafios de um ensino fragmentado e com professores maus formados no contexto de uma Ciência positivista. Todos estes fatores, além de manter o status quo das classes sociais, favorecem o que podemos chamar de analfabetismo cientifico, o qual reforça as crenças em teorias de conspiração propagadas pelas Fake News.
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