Antropoceno, desenvolvimento e (re)existências

Uma discussão sobre o engodo ocidental e os modos de vida alternativos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24979/ztzxn984

Palavras-chave:

Desenvolvimento, Abordagem crítica ao desenvolvimento, Estudos decoloniais, Modos de vida alternativos

Resumo

Este artigo tem o objetivo de explorar algumas críticas e alternativas ao desenvolvimento a partir de experiências de (re)existências que emergem de sujeitos e grupos historicamente marginalizados no sistema mundial, a fim de compreender as contra-narrativas, os contra-arquivos e os distintos pontos de partida que são oferecidos. Metodologicamente, adotou-se uma postura exploratória e descritiva que oferece um panorama amplo sobre críticas e alternativas ao desenvolvimento. Inicialmente, buscou-se problematizar as visões do desenvolvimento e as ideias sobre extrativismo e sustentabilidade, dentro de breves recortes históricos. O arcabouço teórico buscou dialogar os estudos de abordagem crítica ao desenvolvimento com os estudos decoloniais. Em seguida, discutiu-se os modos de vida alternativos ao desenvolvimento e a gestão de bens comuns enquanto formas de (re)existências de grupos marginalizados. O argumento central consiste no entendimento de que os modos de vida alternativos ao desenvolvimento são projetos decoloniais, pois constituem lutas políticas e práticas de oposição e intervenção. Tais lutas e práticas são marcadas por múltiplas e heterogêneas visões e maneiras de experienciar o tempo, o espaço e outras bases de subjetividades e sociabilidade humana.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ACOSTA, Alberto. Living Well: ideas for reinventing the future. Third World Quarterly, v. 38, n. 12, 2017, p. 2600- 2616.

AGUITON, Christophe. Os bens comuns. In: SÓLON, Pablo (org.). Alternativas sistêmicas: Bem Viver, decrescimento, comuns, ecofeminismo, direitos da Mãe Terra e desglobalização. São Paulo: Editora Elefante, 2019, p. 85-110.

ALENDA-DEMOUTIEZ, Juliette. From economic growth to the human: reviewing the history of development visions over time and moving forward. Third World Quarterly, v. 43, n. 5, 2022, p. 1038-1055.

BARKIN, David. Convivialidade. In: ASHISH, Kothari et al. (orgs.). Pluriverso: um dicionário do pós-desenvolvimento. São Paulo: Elefante, 2021, p. 233-236.

BERNARDINO-COSTA; Joaze; GROSFOGUEL, Ramon. Decolonialidade e perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, jan./abr. 2016, p. 15-24.

BERNARDINO-COSTA; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Nelson. Introdução: Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. In: BERNARDINO-COSTA, J. et al. (orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2019, p. 9-26.

BRUCKMANN, Monica. La financierización de la naturaleza y sus consecuencias geopolíticas, America Latina en Movimiento, v. 517, 2016, p. 13-16.

CHUJI, Mónica; RENGIFO, Grimaldo; GUDYINAS, Eduardo. Bem Viver. In: ASHISH, Kothari et al. (orgs.). Pluriverso: um dicionário do pós-desenvolvimento. São Paulo: Elefante, 2021, p. 209-213.

COSTA, Alyne de Castro. Cosmopolíticas da Terra: modos de existência e resistência no Antropoceno. 2019, 303f. Tese (Doutorado em Filosofia). – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Filosofia, 2019.

DIGILABOUR. Señoritas Courier (Observatório do Cooperativismo de Plataforma). Youtube, 12 ago. 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qEy4AMy9dRw . Acesso em: 16 jul. 2022.

DU BOIS, W. E. B. As almas do povo negro. São Paulo: Veneta, 2021.

ESCOBAR, Arturo. Sentipensar con la Tierra: Las Luchas Territoriales y la Dimensión Ontológica de las Epistemologías del Sur, Revista de Antropología Iberoamericana, v. 11, n. 1, 2016, p. 11-32.

ESTEVA, Gustavo. Commoning in the new society. Community Development Journal, v. 49, n. S1, 2014, p. 144-159.

GÓMEZ-BAGGETHUN, Erik. Desenvolvimento sustentável. In: ASHISH, Kothari et al. (orgs.). Pluriverso: um dicionário do pós-desenvolvimento. São Paulo: Elefante, 2021, p. 123-128.

GONÇALVES, Ricardo; PINTO, Raquel Giffoni; WANDERLEY, Luiz Jardim. Conflitos ambientais e pilhagem dos territórios na Bacia do Rio Doce. In: ZONTA, Marcio; TROCATE, Charles (orgs.). A questão mineral no Brasil. Vol. 2: Antes fosse mais leve a carga. Reflexões sobre o desastre da Samarco/Vale/BHP Billiton. Marabá: Editorial iGuana, 2016, p. 139-181.

GROSFOGUEL, Ramon. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 80, 2008, p. 115-147.

GROSFOGUEL, Ramón. Del “extractivismo económico” al “extractivismo epistémico” y “extractivismo Ontológico”: una forma destructiva de conocer, ser y estar en el mundo, Tabula Rasa, n. 24, 2016, p. 123-143.

GUDYNAS, Eduardo. Derechos de la Natureza: Ética biocéntrica y políticas ambientales. Lima, Peru: PDTG; RedGE; CooperAcción; CLAES, 2014.

INSTITUTO PRETOS NOVOS. Quem somos. [s.d.]. Disponível em: https://pretosnovos.com.br/ipn/. Acesso em: 14 ago. 2022.

LATOUCHE, Serge. Farewell to Growth. Cambridge: Polity Press, 2009.

LEFF, Enrique. Political Ecology: Deconstructing Capital and Territorializing Life (eBook). Switzerland: Palgrave MacMillan, 2021.

LEITE, João Correa. Apresentação. In: SVAMPA, Maristella. As fronteiras do neoextrativismo na América Latina: Conflitos Socioambientais, giro ecoterritorial e novas dependências. São Paulo: Editora Elefante, 2019, p. 7-15.

LOURENÇO, Daniel Braga. Qual o valor da natureza? Uma introdução à ética ambiental. São Paulo: Editora Elefante, 2019.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In: BERNARDINO-COSTA, J. et al. (orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2019, p. 27-53.

MIGNOLO, Walter D. La idea de América Latina: la herida colonial y la opción decolonial. Barcelona: Gedisa, 2007.

MIGNOLO, Walter D. The Decolonial Option. In: MIGNOLO, Walter D.; WALSH, Catherine. On Decoloniality: concepts, analytics, praxis. EUA: Duke University Press, 2018, p. 105-226.

MIGNOLO, Walter D.; TLOSTANOVA, Madina V. Theorizing from the Borders: Shifting to Geo- and Body-Politics of Knowledge. European Journal of Social Theory, v. 9, n. 2, 2006, p. 205-221.

OLANTUJI, Felix O.; BATURE, Anthony I. The inadequacy of Post-Development theory to the discourse of development and social order in the Global South. Social Evolution & History, v. 18, n. 2, 2019, p. 229-243.

PERKINS, John. Confessions of an Economic Hit Man. São Francisco: Berrett-Koehler Publishers, 2004.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologias do Sul, Coimbra: ed. Almedina, 2009, p. 73-117.

SACHS, Wolfgang. Apresentação: o dicionário do desenvolvimento revisitado. In: ASHISH, Kothari et al. (orgs.). Pluriverso: um dicionário do pós-desenvolvimento. São Paulo: Elefante, 2021, p. 17-26.

SANDRI, Anna Carolina Lucca. Urbanização dependente e colonialidade no Porto Maravilha: o soterramento do passado e do presente pela modernidade do amanhã. Revista de Arquitetura IMED, v. 7, n. 2, 2018, p. 106-124.

SANTOS, Boaventura de Sousa. O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

SARR, Fewline. Afrotopia. N-1 edições, 2019.

SESC SANTO ANDRE. Cozinhas Solidárias MTST – Ep. 5. Youtube, 20 set. 2021. (a) Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RDx54TqLtLQ. Acesso em: 16 jul. 2022.

SESC SANTO ANDRE. Cozinhas Solidárias MTST – Ep. 4. Youtube, 16 ago. 2021. (b) Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HKNNxYooxPk. Acesso em: 16 jul. 2022.

SVAMPA, Maristella. As fronteiras do neoextrativismo na América Latina: Conflitos Socioambientais, giro ecoterritorial e novas dependências. São Paulo: Editora Elefante, 2019.

TSING, Anna Lowenhaupt. The mushroom at the end of the world: on the possibility of life in the capitalist ruins. New Jersey: Princeton University Press, 2015.

VELTMEYER, Henry. The social economy in Latin America as alternative development. Canadian Journal of Development Studies, v. 39, n. 1, 2017, p. 38-54.

ZIAI, Aram. “Development discourse and its critics: an introduction to post-development”, In: ZIAI, Aram (ed). Exploring Post-development: Theory and Practice, Problems and Perspectives, Nova York: Routledge, 2007, p. 1-9.

Downloads

Publicado

11/10/2023

Edição

Seção

Ciências Socialmente Aplicadas

Categorias

Como Citar

Antropoceno, desenvolvimento e (re)existências: Uma discussão sobre o engodo ocidental e os modos de vida alternativos. Ambiente: Gestão e Desenvolvimento, [S. l.], v. 16, n. 2, p. 66–79, 2023. DOI: 10.24979/ztzxn984. Disponível em: https://periodicos.uerr.edu.br/index.php/ambiente/article/view/1149.. Acesso em: 28 abr. 2024.

Artigos Semelhantes

1-10 de 325

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.