Zoneamento de lagos para conservação e manejo de Aruanã (osteoglossum ssp.) na Amazônia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.24979/ambiente.v17i3.1388Palavras-chave:
Pesca artesanal, Recursos naturais, Mapeamento participativo, Gestão ambientalResumo
A pesca comercial e de subsistência desempenham um papel crucial na economia da região amazônica. Assim, para contribuir com a construção de políticas públicas voltadas para o setor. Esse trabalho tem como objetivo descrever o processo de elaboração do zoneamento participativo dos ambientes dos complexos de lagos Preto, Itaúba e Tigre inseridos na Reserva de Desenvolvimento sustentável Mamirauá, no Amazonas, visando a conservação e manejo do Aruanã (Osteoglossum ssp.). A abordagem metodológica adotada fundamentou-se na técnica de mapeamento participativo, empregando grupos focais como instrumento para a coleta de informações acerca dos ambientes em questão, bem como de seus usos e usuários. Ao final do processo, foram identificados sessenta e quatro ambientes, distribuídos em três categorias distintas de uso. A etapa subsequente consistiu na definição de diretrizes orientadoras para as atividades pesqueiras nas áreas delimitadas, a partir das contribuições fornecidas pelos participantes do grupo focal. Os resultados apresentados contribuem não só para uma compreensão mais abrangente das práticas de pesca na região, mas também para a formulação e implementação de diretrizes para a gestão dos recursos naturais pesqueiros. A técnica proposta colabora com debates técnico-científicos acerca da regulamentação e regulação do acesso aos recursos naturais. Destaca-se, ainda, a importância desse enfoque participativo na construção de políticas públicas voltadas para a comunidade de pescadores e pescadoras artesanais, fornecendo elementos essenciais para a elaboração de planos de manejo destinados à conservação de espécies de interesse comercial.
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