Currículo Decolonial é possível?

Reflexões sobre a BNCC e o ensino da química a partir do contexto sociocultural amazônico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24979/ambiente.vi.1455

Palavras-chave:

Amazônia, habilidades, competências, ensino-aprendizagem

Resumo

Este artigo apresenta uma reflexão crítica a respeito do texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), especificamente da área de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias, como forma de repensar o currículo colonial imposto às escolas de todo o país que, por vezes, desconsideram ou não valorizam a existência de diferentes formas de saber, povos, culturas e aspectos socioculturais nos quais as escolas estão inseridas, em especial as escolas em contextos indígenas. A partir dessa reflexão, este artigo possui uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e embasado em pesquisa bibliográfica e documental, na qual objetivou-se refletir sobre a construção de um caminho que interligue os aspectos teóricos da BNCC ao contexto cultural vivenciado por estudantes em contextos amazônicos; ressaltando a dificuldade em adequar diferentes estratégias ou abordar contextos regionais, com o texto apresentado pela BNCC. Os resultados apontam para uma crítica a BNCC, devido a falta de diálogos interculturais, com aspectos que dificultam e limitam a construção de abordagens decoloniais para o ensino da Química. Por outro lado, não se pode deixar de refletir, discutir e reconstruir propostas que contribuam para um ensino decolonial.

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Biografia do Autor

  • Ivanise Maria Rizzatti, Universidade Federal de Roraima

    Doutora. Química/Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Docente da Universidade Estadual de Roraima – UERR. Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre a Divulgação Científica e seus processos em Espaços formais e não formais de Ensino. Participa da Red de Competencias Científicas e Innovación Tecnológica/Paraguai. Em 2023 foi subcoordenadora estadual em Roraima do Programa Futuras Cientistas/CETENE. Foi coordenadora dos Programas Profissionais da Área de Ensino na CAPES, gestão 2018-2022. Atualmente é Coordenadora da Área de Ensino na CAPES, gestão 2022-2026 e bolsista produtividade do CNPq nível 1E desde 2023.

  • Gilberto Francisco Alves de Melo, Universidade Federal do Acre

    Licenciado em Ciências- Matemática pela Universidade Federal do Acre-UFAC (1988). Mestrado (1998) e Doutorado (2003) em Educação, na área de Educação Matemática, pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP. Atualmente é Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico ( EBTT) do Colégio de Aplicação da-Universidade Federal do Acre. Atuou como: docente na licenciatura de matemática; Coordenação do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e matemática; Supervisor de PIBID e Pró-Docência. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores que Ensinam Matemática no Acre- FORPROMAT. Membro dos Grupos: GEPLIMAC -UFAC; Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Matemática-UFMT e, do MANCALA- Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Cultura e Formação Docente-UFSCAR. Representante Estadual da UFAC na REAMEC ( Rede Amazônica de Ensino de Ciências e Matemática)( Docente do Doutorado da REAMEC e, do Doutorado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática em Rede ( RedECIM). Parecerista de vários periódicos nacionais. .Membro da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM). Diretor da SBEM/AC (2021-2023). Tem experiência na área de Matemática,com ênfase em EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, atuando nos seguintes temas: Prática Pedagógica; Formação Inicial e Continuada ; Desenvolvimento Curricular , Saberes Docentes e Educação Financeira Escolar.

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Publicado

03/07/2025

Como Citar

Currículo Decolonial é possível? Reflexões sobre a BNCC e o ensino da química a partir do contexto sociocultural amazônico. Ambiente: Gestão e Desenvolvimento, [S. l.], 2025. DOI: 10.24979/ambiente.vi.1455. Disponível em: https://periodicos.uerr.edu.br/index.php/ambiente/article/view/1455. Acesso em: 15 ago. 2025.

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