A exposição da imprensa sobre a violência contra a mulher em Roraima
Uma análise comparativa entre os dados publicados no jornal Folha de Boa Vista e os atendimentos realizados pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM)
DOI:
https://doi.org/10.24979/ambiente.v14i1.862Palavras-chave:
Violência, Mulher, Feminicídio, ImprensaResumo
Este artigo discute a exposição da imprensa sobre a violência contra a mulher em Roraima, analisando comparativamente os dados publicados pelo Jornal Folha de Boa Vista e os atendimentos realizados pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM-RR), no ano de 2016. A relevância está na compreensão da violência contra a mulher como fruto de uma construção social androcêntrica, que favorece uma desigualdade que insiste em permanecer e que se manifesta, no limite, por meio de situações de violência. No estado de Roraima, por exemplo, em todos os meses de 2016 mais de 200 atendimentos foram feitos na DEAM-RR. Esses dados permitiram estabelecer o objetivo geral que foi confrontar as estatísticas dos atendimentos da DEAM-RR com as notícias publicadas no Jornal Folha de Boa Vista. Para alcançar o referido objetivo, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e documental, com inquirição e análise de dados sobre violência contra a mulher na DEAM-RR e no Jornal Folha de Boa Vista. Os resultados revelaram uma discrepância quantitativa de casos sobre violência contra a mulher, uma vez que, enquanto a DEAM-RR ao longo do ano realizou 2.863 atendimentos, o Jornal Folha de Boa Vista noticiou apenas aproximadamente 89 casos. Para além, verificou-se um padrão na publicação de notícias sobre violências extremas. Destarte, esses casos extremos são apenas o estopim de um processo de violência que se iniciou de forma circunspecta. A violência contra a mulher, e sua expressão fatal (feminicídio) não é resultado de algo decorrente da noite para o dia.
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