UM PROFESSOR PODE TRANSCRIAR AO ENSINAR FILOSOFIA?
DOI:
https://doi.org/10.24979/47Resumo
Ocupa-se de elementos do desenvolvimento da Filosofia compondo-os com outros advindos de vertentes do pensamento criativo, especialmente da teoria da tradução de Haroldo e Augusto de Campos, a qual afirma que traduzir é transcriar. Isto para responder afirmativamente a questão-título do artigo, na medida em que toma o professor de filosofia como tradutor, aquele que torna possível a existência do pensamento filosófico e mantém viva a herança que recebemos. Mostra que tanto do lado do professor, quanto do tradutor há uma imagem moral que se assemelha, a qual faz essas profissões serem concebidas como meras correias de transmissão, quando, do ponto de vista do pensamento criativo e o de uma imagem do pensamento livre da moral e do dogmatismo, ambos têm uma indiscutível importância civilizatória e cultural. Defende que é o professor de filosofia que dá prosseguimento ao vitalismo de ideias, argumentos e temas filosóficos, garantindo sobrevida à História da Filosofia, na medida em que, constantemente, em suas pesquisas, planejamentos e aulas, renova os desdobramentos problemáticos próprios a esse modo de pensar. Os exemplos aos quais recorre têm um tom cartesiano, fazendo jus ao ambiente do evento no qual o texto foi apresentado na UER, especialmente os referidos por Paul Valèry e Gilles Deleuze. Por fim, propõe um “abrasileiramento” da filosofia, a partir da perspectiva antropofágica adotada pelos irmãos Campos, a qual recusa uma ação domesticadora; apresenta algumas consequências de tal proposta, afirmando, com Deleuze, a potência de uma filosofia monstruosa.Downloads
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