O SISTEMA DE NOMINAÇÃO WAPICHANA
A FABRICAÇÃO DOS CORPOS E A PRODUÇÃO DA PESSOA
DOI:
https://doi.org/10.24979/105Resumo
A maioria das sociedades indígenas das Terras Baixas da América do Sul, como já sabemos, privilegia uma reflexão sobre a corporalidade não apenas na elaboração de suas cosmologias, mas também quando elaboram um idioma simbólico focal para a pessoa. A proposta deste artigo consiste em problematizar como o sistema de nominação utilizado pelos Wapichana da Terra Indígena Malacacheta, atual estado de Roraima, povo da família linguística Arawak, enfeixa processos de comunicação do corpo com o mundo. Nominar implica fabricar corpos e tal pratica é suplementada pela decoração, afirmação e ritualização dos corpos. O fundamento epistemológico desta produção converge para os postulados de pessoa, corpo e corporalidade. Trata-se de um estudo onomástico, com enfoque qualitativo, cujo objetivo é mostrar como os Wapichana moldam o corpo através de palavras, gestos simbólicos, pinturas, fumigações, ornamentos, rituais e visões cosmogônicas, de modo que, na TI-Malacacheta, o corpo pode ser pensado como matriz de símbolos culturais e configura um objeto de significação social. Corpo, sangue, sopro e nome, independente da ordem simbólica, são os componentes que informam a pessoa na TI-Malacacheta. Infere-se que, nesse caso, a originalidade do pensamento ameríndio, no que tange à corporalidade, remonta ao lugar que o corpo humano ocupa na visão dos nativos, ou seja, na autodesignação que eles elaboram por si, sobre si e para si.
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