A DESCONSTRUÇÃO MERLEAU-PONTIANA AOS “PRÉ-JUÍZOS CLÁSSICOS” E OS FUNDAMENTOS DE UMA ONTOLOGIA VISUAL
DOI:
https://doi.org/10.24979/103Resumo
Vinculando-se à tradição fenomenológica que aborda a temática do esquecimento do ser, Merleau-Ponty desenvolve uma longa reflexão sobre aquilo que ele chamou de pré-juízos clássicos antes de apresentar aquilo que pode ser compreendendo com a espinha dorsal de sua filosofia. O objetivo deste artigo é apresentar essa crítica tendo em vista oferecer elementos consistentes para a reflexão sobre os fundamentos de Ontologia Merleau-Pontyana. Esta crítica é desenvolvida, sobretudo, no prefacio e na introdução do livro Fenomenologia da Percepção e nas conferências transmitidas pela Rádio Nacional Francesa, posteriormente publicadas com o título Conversas, 1948. Utilizando-se de uma abordagem qualitativa numa pesquisa bibliográfica, procura-se evidenciar que para Merleau-Ponty, é no modo como o empirismo e sua antítese intelectualista – o racionalismo, se relacionam com o mundo objetivo que se identifica a causa desse esquecimento do mundo da percepção, pois, enquanto o empirismo vê no mundo objetivo um mundo de impressões em si, o intelectualismo vê nele um universo de pensamento determinante, de tal modo que, seria por causa desse tipo de relação que ambas as teorias deixaram escapar o fenômeno da percepção. Desse percurso concluímos que com as alterações dos conceitos clássicos, Merleau-Ponty, consegue abrir caminho para seu próprio pensamento e contribui para um pensamento inovador, apesar das fronteiras entre os pensamentos clássico e contemporâneo nem sempre serem tão claras como ele propõe.
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