A Serra Grande de Caraumã, no Rio Branco
Notas sobre um marco natural e histórico de Roraima (séculos XVIII-XX)
DOI:
https://doi.org/10.24979/makunaima.v4i1.1064Palavras-chave:
Roraima, Rio Branco, Cartografia Histórica, Amazônia colonial, Toponímia, História da paisagem, História ambientalResumo
Embora situada próxima à capital de Roraima, Boa Vista, a Serra Grande de Caraumã ainda se apresenta como uma área natural relativamente bem preservada, o que a torna uma atração turística local importante. Formação granítica com uma altitude de aproximadamente 900 metros, sobranceira a uma região muito plana de savanas com uma média de 80 metros, sempre foi um acidente geográfico notável na paisagem para todos os viajantes, tendo sido registrada em relatos de viagem pelo menos desde a primeira metade do século XVIII e fartamente representada na cartografia desde então. Do ponto de vista etnohistórico, este artigo utiliza a cartografia colonial e relatos de viajantes para reconstruir a trajetória de quase completo apagamento do topônimo de origem Carib (Caraumã, ou Karau-Tepö, incluindo o pico de Araraquara). Tida como área de potencial interesse econômico no período colonial por suas madeiras, aves ornamentais e caça, sede de comunidades Wapishana ancestrais como Malacacheta, Canauanin e Taba Lascada, a região adjacente à Serra Grande de Caraumã na primeira metade do século XIX era o lar de uma cultura mestiça de vaqueiros, antes mesmo da fundação de Boa Vista. A partir da segunda metade do século XX passou a abrigar, também, pequenos e precários projetos de colonização destinados à produção agrícola.
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