Por uma pós-geografia de resistência
A Zoegrafia cosmogônica dos povos indígenas do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.24979/makunaima.v3i2.1019Palavras-chave:
Povos indígenas, Zoegrafia cosmogônica, Indígenas, GeografiaResumo
Este trabalho busca demonstrar o conflito de visões de mundo das populações indígenas brasileiras e da ciência moderna, na possiblidade deste debate propor novos caminhos para a convivência no mundo, influenciando, sobretudo, a política institucional. Por meio da literatura produzida por indígenas, procura reafirmar que as ciências ditas modernas tornam-se possíveis por meio de um processo histórico de estabelecimento cosmológico da sociedade europeia e, por isso, é necessário a desconstrução de paradigmas, notadamente na ciência geográfica, considerando que há visões diferentes de que é o universo e a natureza humana. A partir da visão de mundo dos povos tradicionais propõe-se tratar do processo de colonização etnocida, genocida, biocida ou ecocida que segue em marcha, assim como este confronto de mundos, em uma guerra que dura mais de 500 anos no Brasil. Tem na teoria da multinaturalidade, ou seja, no perspectivismo ameríndio, a ideia de uma possível coexistência de outras naturezas humanas, percebida na revisão da literatura e da filosofia dos povos Krenak e Yanomami, possibilitando identificar as demandas dos povos indígenas que resistem a um modelo de sociedade ocidental predatória que visa a mercadoria e o lucro a qualquer custo.
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