A relação entre linguagem e mundo nas duas fases do pensamento de Wittgenstein

Autores

  • Elisângela Andrade do Nascimento Universidade Federal de Roraima/UFRR https://orcid.org/0000-0001-8342-3823
  • Francico Rafel Leidens Universidade Estadual de Roraima/UERR

DOI:

https://doi.org/10.24979/ambiente.v14i1.854

Palavras-chave:

Wittgenstein, Linguagem, Tractatus Logico – Philosophicus, Investigações Filosóficas

Resumo

Temos como objetivo abordar qual modelo de linguagem traz a mais coerente concepção de mundo para Wittgenstein. Analisamos as suas duas principais obras, no Tractatus Logico – Philosophicus (TLP), ele buscou reconhecer uma estrutura lógica que pudesse dar conta do funcionamento da linguagem na representação do mundo. Compreendeu a linguagem como um espelho da realidade, assim, ela é capaz de descrever os fatos do mundo significativamente a partir de uma perspectiva relacional entre os objetos, as coisas e os fatos. A concepção de mundo em Wittgenstein, enquanto “totalidade dos fatos”, ou seja, a estrutura lógica do mundo, determinará, em um passo posterior, a estrutura da linguagem. Desse modo, uma linguagem significativa será possível como descrição do mundo. Já na segunda fase de seu pensamento, nas Investigações Filosóficas, Wittgenstein rompe com a análise que fez no Tractatus. A partir de então, linguagem e mundo se unem pragmaticamente, ela não mais representa o mundo, mas faz parte de sua constituição e se adéqua ao contexto de vivência de acordo com o uso que se faz dela, a relação que há é entre o sujeito, sua comunidade e o mundo. Wittgenstein chama a atividade, do uso da linguagem no contexto de vivência, de jogos de linguagem. Nesse sentido, a linguagem é atrelada às ações humanas, são as Formas de Vida, elas contém regras que determinadas coletividades seguem e, portanto, compreendem múltiplas possibilidades, que dão significados variados ao mundo e engrenam os jogos de linguagem dando sentido à linguagem.

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Biografia do Autor

  • Elisângela Andrade do Nascimento, Universidade Federal de Roraima/UFRR

    Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal de Roraima.Possui graduação em Filosofia pela Universidade Estadual de Roraima (2019) e graduação em Ciências Sociais com Habilitação em Antropologia Social pela Universidade Federal de Roraima (2012). Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Wittgenstein, linguagem, educação superior indígena e práticas religiosas.

  • Francico Rafel Leidens, Universidade Estadual de Roraima/UERR

    Doutorado e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas (2011 e 2019) e graduação em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo (2007). É professor do Curso de Filosofia da Universidade Estadual de Roraima. Membro do Grupo de Estudos Nietzsche (GEN-UFPel) e da Escola Amazônica de Filosofia. Atua nas áreas de História da Filosofia Moderna e Contemporânea, com ênfase no pensamento de Nietzsche.

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Publicado

19/05/2021

Como Citar

A relação entre linguagem e mundo nas duas fases do pensamento de Wittgenstein. Ambiente: Gestão e Desenvolvimento, [S. l.], v. 14, n. 1, p. 27–37, 2021. DOI: 10.24979/ambiente.v14i1.854. Disponível em: https://periodicos.uerr.edu.br/index.php/ambiente/article/view/854.. Acesso em: 20 abr. 2024.

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